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Aviões de grande porte na Pampulha representa retrocesso
Por: 03 de Maio de 2017 em: Notícias

 A diretoria colegiada da Agência de Aviação Civil (Anac) está prestes a aprovar a liberação de aviões de grande porte no aeroporto da Pampulha. Nesta semana, antes de um pedido de vistas feito por um diretor, quatro dos cinco diretores já haviam votado pela liberação. Com o adiamento, o assunto volta para a pauta na próxima reunião, ainda sem data marcada.

A aprovação da volta dos aviões de grande porte para a Pampulha, caso se concretize, representará um enorme retrocesso, não só para nossa aviação, mas também para o Estado. Estamos em pleno processo de consolidação do aeroporto de Confins como um importante hub (centro de conexão) nacional e a transferência de voos para a Pampulha, fatalmente, enfraquecerá esse processo. 

Em 2003, fiz na Assembleia de Minas um grande movimento pela transferência dos voos comerciais da Pampulha para Confins. Na época, o terminal da capital registrava um movimento de três milhões de passageiros por ano, número superior ao seu limite. Por outro lado, o Aeroporto Tancredo Neves, que havia sido construído para suportar 5 milhões de passageiros, operava com apenas 500 mil por ano, ou seja, 10% de sua capacidade. Era um verdadeiro elefante branco. 

Depois de diversas audiências públicas, debates envolvendo todos os interessados e o apoio do governo de Minas, conseguimos em 2005 transferir os voos. O resultado, todos conhecem. O desenvolvimento do vetor norte de Belo Horizonte, a construção da Linha Verde e da Cidade Administrativa.

Os principais motivos pelos quais os voos comerciais saíram da Pampulha continuam existindo: a falta de segurança para passageiros e moradores do entorno. Além disso, os vizinhos do aeroporto reclamam do barulho e poluição do ar causados pelas aeronaves. 

Portanto, em vez de tentar trazer os voos de volta para a Pampulha, a Anac, governo de Minas e Prefeitura de Belo Horizonte deveriam estar preocupados em fazer planos de desenvolvimento para o Tancredo Neves, que, aliás, teve sua capacidade dobrada recentemente com investimentos de cerca de R$ 900 de milhões da concessionária que administra o aeroporto.

 

Alencar da Silveira Jr.

Deputado estadual

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