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O gás natural veicular (GNV) foi tema de debate no dia 27 de março, na Comissão de Defesa do Consumidor e Contribuinte da Assembléia Legislativa. O requerimento, de autoria do deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT), discutiu entre diversos temas, a desaceleração do consumo do produto no Estado. Alencar cobrou providências da Gasmig e disse que a retração do mercado já está causando desempregos e o fechamento de convertedoras.
A falta de uma política pública de incentivo ao Gás Natural Veicular (GNV) foi apontada pelos participantes da audiência pública como a principal causa da perda de competitividade do combustível no Estado. Minas ocupa o 7º lugar no ranking dos maiores consumidores de GNV e já foi superado até pela Bahia, que começou a intensificar os investimentos no setor apenas em 2002, e hoje ocupa a terceira posição.
José Góes Júnior, foi enfático ao descartar o risco de falta de gás no Estado. "Minas Gerais tem contratos assegurados até 2026", garantiu. Segundo ele, os rumores sobre a possibilidade de falta de gás abalaram o mercado mineiro. "A competitividade pode não ser a mesma de quando o GNV começou a ser usado no Estado, em 1998, mas ainda representa uma economia de 150% em relação à gasolina", afirmou. José Góes continuou, dizendo que o gás veicular representa entre 18% e 20% do gás distribuído pela Gasmig, o que significam 55 mil clientes indiretos.
O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Ciro Augusto Piçarro, também destacou a economia gerada com o GNV, mas ponderou que Minas tem preços pouco atrativos. Segundo ele, o gás natural para a indústria é tributado em 12%, enquanto o gás veicular, em 18%. Piçarro comparou os preços do combustível nos estados de São Paulo (R$ 0,78) e Rio de Janeiro (R$ 0,72), com o cobrado em Minas, que é de R$ 1,03. Para o diretor do Minaspetro, a política de preços do Estado tem reflexo na retração do mercado que, segundo ele, desde 2006, está registrando um crescimento negativo. "Minas Gerais é o único Estado que apresentou esse comportamento, enquanto a Bahia, por exemplo, cresceu mais de 500% em sete anos", ponderou.
Entre as vantagens do gás natural veicular, o diretor do Minaspetro destacou que o combustível não pode ser adulterado, nem sonegado, além dos benefícios socioambientais, gerando renda a partir da economia obtida por sua utilização no lugar dos combustíveis comuns. "Cerca de R$ 6 bilhões resultantes dessa economia são reinvestidos no mercado", afirmou. Ciro Piçarro apresentou alternativas para reverter a atual situação de crise do GNV do Estado, como a desburocratização da inspeção veicular, a revisão das tarifas cobradas em Minas, a criação de uma agência reguladora no Estado, e a aprovação de projetos de incentivo ao uso do GNV, do deputado Alencar da Silveira Jr., que tramitam na ALMG.
O diretor-presidente do Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens em Minas (Sincavir), Dirceu Efigênio Reis, também fez críticas à falta de política para o setor. Segundo ele, o número de táxis convertidos no Estado caiu de 4,5 mil para 1,4 mil. Dirceu Reis também disse que a necessidade de nova inspeção veicular para atualizar os documentos dos veículos que fizeram conversão do motor e a perda de garantia dos carros 0 Km após a conversão acabam tornando a opção pelo GNV menos interessante. O diretor do Grupo Igás do Brasil, Pedro Henrique Zwaal acrescentou que os empregos já reduziram de 4 mil para 200.
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