O deputado Alencar da Silveira Jr. defendeu na manhã de quarta-feira (17), durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, a criação de um grupo especial de Policiais Militares para o combate aos jogos de azar em Belo Horizonte. A medida seria uma forma de coibir a corrupção entre policiais militares e o jogos clandestinos, como bicho, caça-níquel e bingos.

Durante a audiência pública, solicitada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, deputado Durval Ângelo, cambistas do jogo do bicho denunciaram policiais militares por agressões durante uma operação realizada em loja no centro de Belo Horizonte. Segundo os trabalhadores agredidos, os policiais chegaram sem fardas, sem se identificarem e forçaram a abertura da loja, disparando dois tiros e agredindo funcionários e clientes, que mesmo algemados, foram atingidos com coronhadas na cabeça.

Para o deputado Durval Ângelo, “o cenário descrito se mostra típico de extorsão”. Segundo ele, há mais de 20 bingos funcionado somente em Belo Horizonte com a cobertura de policiais militares, que recebem propinas dos donos dessas casas. “Isso mostra uma grande hipocrisia. O jogo oficial pode e os outros não”, disse.

O deputado Alencar da Silveira Jr, que presidiu a CPI dos Bingos na Assembleia de Minas, disse que essa corrupção é feita por uma minoria da polícia, mas que pode afetar a credibilidade de toda a corporação. “É crescente o número de policiais envolvidos com corrupção ligada ao jogo e, por isso, torna-se urgente a criação de um grupo especial da PM para atuar nesse setor”. A sugestão do parlamentar é que esta equipe seja composta por homens de confiança do alto comando da Polícia Militar.

De acordo com o Ouvidor de Polícia do Estado de Minas Gerais, as denúncias de agressão apresentadas são graves e exige uma explicação por parte da Polícia Militar. “Eles não poderiam entrar sem um mandado judicial, principalmente velados (sem fardas) como estavam, mesmo se tratando de uma loja de jogo de bicho”, disse.